“O Clube de compras Dallas”, foi um dos filmes indicado ao Oscar 2014 e ganhando nas categorias: de Melhor ator ( Matthew McConaughey), Melhor ator Coadjuvante ( Jared Leto), Melhor maquiagem / caracterização.
Como eu havia falado no meu post de perspectivas para os vencedores (e eu errei 99% dessa lista), não havia visto todos os indicados. E Dallas estava na lista de filmes que eu deveria assistir. Em uma noite de domingo ( onde de costume, a minha net costuma cair mais que rainha de bateria ) após ver Django do Tarantino, eu decidi ver um dos indicados desse ano. E o eleito foi justamente, “O clube de compra Dallas”. Preparei tudo (e até a oferenda para o deus internet, não me avacalhar), me acomodei e apertei o play.
Sobre o filme (Contem Spoilers).
Baseado em uma história real sobre a vida de Ron Woodroof, um eletricista heterossexual de Dallas que foi diagnosticado com AIDS em 1985, 4 anos após da descoberta do Vírus da imunodeficiência humana. O que tornava tudo mais difícil em quesito de tratamento, e a coleção de dados para os ministérios da saúde, por se tratar de uma nova pandemia.
Embora os médicos tenham dado apenas 30 dias de vida para Woodroof, ele se recusou a aceitar o prognóstico e criou uma operação de tráfico de remédios alternativos, na época, ilegais. Na viagem ao México Ron descobre que o AZT (medicamento utilizado pelos hospitais americanos), é altamente tóxico e que existe um tratamento alternativo com efeitos colaterais menores e maior expectativa de vida. Logo Ron vê a possibilidade de um negócio lucrativo: transportar a medicação não autorizada pela FDA para os Estados Unidos.
Ele cria o Clube de compra Dallas, onde através de uma taxa mensais de associação o paciente pode ter acesso a medicação que desejar. Ron, que antes era extremamente homofóbico, desenvolve uma amizade com Rayon. Mas o clube de compras sofre ataques por parte da FDA e do médico do Hospital, que por diversas vezes confiscam o estoque de Ron, o que faz do seu negócio hora lucrativo hora miserável.
Meu mísero ponto de vista (Que AINDA pode conter spoilers).
O filme mostra várias vertentes: homofobia, a não aceitação de portar a síndrome, a intolerância, a amizade e poio, drogas (em geral), e por que não o egoísmo.
O quanto foi difícil, quando o Ron descobriu que era portador do vírus e também a quantidades de dias que ainda lhe restavam. O respeito e a amizade que o Ron criou com Rayon durante a trajetória do filme, mostra a quebra de preconceito que ele portava, antes de adquirir a doença e antes de conhecer o seu sócio de negócios. Mostra também o abandono e a rejeição por parte dos amigos do Ron, quando descobriram que ele era portador do víruz.
O filme também levanta alguns questionamentos como:
- Sendo o AZT uma droga tóxica, por que os médicos não pesquisaram junto com outros (já que se trata de uma pandemia), outras soluções de medicação, menos agressiva?
- Foi observado, que as drogas que os clubes de compras disponibilizavam, eram menos tóxicas e que ajudavam os pacientes. Por que não pesquisaram sobre essas medicações e vitaminas utilizada?
O filme é maravilhosamente bem roteirizado, com uma história maravilhosa (que é baseada em fatos reais), e de fazer olhos suarem bastante. Na minha humilde opinião, foi sim merecida a indicação e os ganhos do Oscar 2014.
Algo mais: Sobre a síndrome.
Alguns de meus leitores sabem que sou do time de “curandeiros”. Então irei falar algumas coisas básicas que sei sobre a síndrome. Por se tratar de uma doença nova (e ainda é considerada assim, pelo fato de ter apenas 30 -32 anos de descoberta), A síndrome da Imunodeficiência Humana, ainda carrega os mesmos estigmas dês de sua descoberta.
Mesmo com propagandas, trabalhos educativos, diálogos e outros meios de se informar, nem todos conhecem essa síndrome. Ainda se limita muito a homossexuais e usuários de injetáveis, a ideia de ser o único grupo que pode adquirir essa síndrome.
Mulheres grávidas que são soropositivo, podem transmitir para o seu bebê, através do parto normal e amamentação. Alguns anos atrás, houve uma pesquisa pelo ministério da saúde, onde se viu que, a tacha de incidência havia crescido mais em idosos. E não! Transfusão de sangue não é um meio de transmissão do vírus. Os bancos de sangue tem controle sobre isso e outras patologias (como hepatite).
Se uma pessoa já portadora, tiver relações com outra pessoa também portadora, irá sim, piorar o quadro clinico. Como é uma doença viral, o vírus muda sua informação genética, combinando o seu DNA antigo, com um novo. Como se trata de uma doença que afeta o sistema imunológico (ou seja, de defesa), a linha de contágio é pelo contato de sangue com sangue. Não é transmitida pelo ar, saliva, pele...
A síndrome não mata o seu portador. Como dito antes, ela diminui as células que defendem e protegem o corpo, fazendo com que doenças secundárias (que são doenças que se aproveitam de outras, para atacarem o organismo), como nesse caso tuberculose, pneumonia e outras, sejam o motivo do óbito.
Avançamos muito sim, agora temos coquetéis que ajudam esses pacientes a manter sua vida e suas atividades (mas claro, com cuidado e vigilância). É certo que ainda temos muito mais para aprender sobre essa síndrome, e descobrir meios de erradicar.
No geral, recomendo que vejam esse filme, e repassem as informações que recebemos sobre a doença. Quanto maior informação, mais precauções e menos estigmas essa síndrome terá.
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